19 dezembro 2012

Disjunção Esferoidal - Ovo de Pedra

Gostaria de fazer uma pesquisa sobre o assunto ou ter um Geólogo na Reserva para poder desenvolver um trabalho específico com estas formações e outras que aparecem com frequencia no canyon da Reserva. Já venho há tempos insistindo que deveria ter pesquisas específicas nos canyons.

Ovo de Pedra em paredões, enter folhelhos e vegetação à beira rio

Rio das Furnas em tempo de seca: vegetação cresce muito sobre as pedras

Paredões de pedra e solo verticais caem sobre o rio das furnas. Locais onde encontram-se alguns ovos de pedra.

Existem grandes ovos, descascando há muitos anos.

07 dezembro 2012

Roda de Passarinho em Alta Floresta

Protegido desde a nascente, graças a RPPN e ao Parque Estadual, todos com o mesmo nome: Cristalino. Foto: Renato Rizzaro

Uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus arada), procurado por todos. Foto: Renato Rizzaro

Jibóia-arco-íris ou Salamanta do Amazonas (Epicrates cenchria), presente de despedida. Foto: Renato Rizzaro

Ninho de Gavião-real (Harpia harpyja) com filhote. Foto: Renato Rizzaro


Tartaruga atravessa tranquilamente a estrada. Aqui está protegida. Foto: Renato Rizzaro

Crianças especialmente convidadas pela Fundação Cristalino para a Roda de Passarinho. Foto: Renato Rizzaro
Renato conta o "segredo" para a embocadura das flautas. Foto: Gabriela Giovanka
Alegria por conseguir tirar um "som da floresta". Foto: Renato Rizzaro
A Floresta nos dá oxigênio, frutos, flores, comida e música. Foto: Renato Rizzaro
Dona Vitória Da Riva Carvalho, presidente da Fundação Ecológica Cristalino e diretora do Cristalino Jungle Lodge, anfitriã da nossa Roda. Foto: Renato Rizzaro
Andriele Soares, coordenadora de Educação Ambiental do Projeto “Um dia na floresta”. Foto: Renato Rizzaro

Nossos amigos, felizes pela visita e pelo presente: fotos de aves da Floresta Atlântica e Pantanal. Foto: Renato Rizzaro

Aves do Cristalino

Alta Floresta entrou em nosso roteiro a partir do Avistar, quando conhecemos a Dona Vitória, presidente da Fundação Ecológica Cristalino, através de nosso querido amigo Edson Endrigo. Na ocasião, a conversa girava em torno da Caixa e do Poster de Aves do Pantanal, quando Dona Vitória nos revelou que gostaria de fazer um Guia de Aves do Cristalino, ideia que já tinha há tempo. Endrigo indicou-me como designer e houve empatia total. Após contatos pela internet e apresentação de layout, falamos da Expedição Amazonia e combinamos que passaríamos em Alta Floresta.
A própria Dona Vitória foi a anfitriã da Roda e Andriele Soares, coordenadora de Educação Ambiental do Projeto “Um dia na floresta”, acompanhou a atividade do começo ao fim.
Também estivemos no Cristalino Jungle Lodge, um dos melhores hotéis do Brasil segundo a National Geographic Traveler. Portal da Floresta Amazônica, faz parte da RPPN Cristalino desde 1997, a primeira Reserva Particular da Amazonia mato-grossense.
O Cristalino Jungle Lodge tornou-se o principal destino de observação de aves da Amazonia por possuir um terço de todas as 1.800 espécies de aves brasileiras.
A riqueza não está restrita somente às aves, estendendo-se aos pequenos mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e borboletas, além da própria vegetação amazônica, que neste caso está muito bem preservada.
Enfim, um verdadeiro paraíso gerenciado e guiado por uma equipe afinadíssima com os conceitos da maestra Dona Vitória, sempre presente com seu sorriso franco e ideias cativantes.

Próxima parada: Parque Nacional da Amazonia em Itaituba.

19 agosto 2012

Mãe-da-lua: olha só que nome engraçado!




Aves da Grande São Paulo, de Edson Endrigo e Pedro Develey, foi nosso primeiro Guia de Campo na Reserva Rio das Furnas. Um belo material fotográfico e descritivo que nos acompanha até hoje. Em julho tivemos a grata satisfação de receber 15 desses maravilhosos guias - já na segunda edição - para nossa atividade com os alunos da comunidade. Presentão enviado pelos amigos Endrigo e Develey que doaram esta magnífica obra para nos ajudar a instigar cada vez mais a meninada.

Já de saída, ao explorar os guias em sala de aula, vimos que os alunos estão espertos. Sabem o significado de família, pois lembram do sufixo “dae”, e a chuva de perguntas foi pertinente. Fizeram conexões interessantes com as aves que criaram (leia: O Criador de Passarinho) e repararam nas diferenças entre macho, fêmea, imaturo e até ensaiaram algumas palavras em Inglês, já que o Guia é bilingue.

Como primeira tarefa levaram os guias para casa e após uma semana devolveram com uma lista de aves levantadas nos seus quintais e na vizinhança.

O dia da entrega foi especial, pois tivemos a presença da Secretária de Educação de Alfredo Wagner, Albertina Rover, que fez questão de presenciar a explanação da obra. 

Muitíssimo obrigado, Edson Endrigo e Pedro Develey, em nome da turma empolgadíssima!

29 julho 2012

O Criador de Passarinho

A turma logo após a atividade com a Professora Beth e Gabriela Giovanka

Fechem os olhos pois agora vamos imaginar um passarinho, o nosso passarinho, aquele que habita nossa mente. Percebam o tamanho, formato do bico, do rabo, os olhos; o topete, a sobrancelha, as patas; come fruta, folha, semente? Anda, voa, nada?
Mãos à obra! É hora de dar vida à imaginação. Assim começa a atividade com os alunos da Escola de Picadas que resultou na edição e impressão do quadro ao lado, réplica dos Posters da Floresta Atlântica e Pantanal.

Teve até classificação taxonômica! À família, por exemplo, acrescentamos o sufixo “dae” ao sobrenome do aluno. O gênero, “latinizado”, baseou-se numa característica marcante da ave e a espécie foi uma homenagem ao próprio aluno ou para uma pessoa querida. O nome popular surgiu de uma animada votação com muita brincadeira “séria-de-verdade”. Uma festa!

Celurium lailai, ave da família Bergeridae, criação de Laila Berger, por exemplo, ganhou o nome popular de Azulão-do-céu. Thiago de Oliveira homenageou a irmã Maisa, com o seu Cantador-de-crista-queimada (Cantatus maisai). Corredor-do-limoeiro (Athletarum gabrielii) e Caminhante-preto (Caminapretus brunoi) dos irmãos Gabriel e Bruno são da mesma familia, Weirichidae.

Experimentamos o que Flávio Krüger da SPVS nos revelou, dias após, ser um exercício do seu tempo de Universidade, ou seja, inventar para aprender.

Próximo passo: gravar os cantos destas aves. Pi-pi-pi.

Thiago Rosa e o seu difícil esboço do Miúdo-da-mata



Gabriel e o elaborado Corredor-do-limoeiro




Poster miniatura, réplica dos posters de Aves da Floresta Atlântica e Pantanal




06 julho 2012

Cantores na Roda de Passarinho


Crianças após a Roda com Gabriela, Irani, Alexsandra e José Vitor Centeno

Hoje a tarde no CEAFIS uma experiência com som e imagem. Primeiro, apresentamos o canto e depois a Roda de Passarinho ganhava a foto. A garotada participou pra valer, inclusive imitando algumas aves! Alguém lembrou do Faustão. Lá o Edson Endrigo apareceu acompanhando o Cleodilon Passarinho que consegue imitar perfeitamente muitas aves. É um prazer ver essa criançada assobiando e cantando igual passarinho. Também foi um prazer ver os desenhos que as crianças fizeram de nossa Roda anterior. Super criativos!

Agradecemos ao José Vitor Centeno Rodrigues por ter nos apresentado a este pessoal maravilhoso e já queremos divulgar aqui o trabalho do Ceafis, que está aberto aos músicos, desenhistas, fotógrafos, bailarinos, professores e artistas, enfim, que possam doar um pouquinho de tempo para esta galerinha bacana.
Entre em contato com a Irani, pelo email: coordceafis@gmail.com

04 julho 2012

Lançamento Aves do Pantanal da Livraria Catarinense

Momento da Roda de Passarinho Foto Leonardo Rizzaro

Lançamento no dia 3 de julho de 2012 do poster Aves do Pantanal na Livraria Catarinense do Beiramar Shopping.
Irresistível, fizemos uma Roda de Passarinho no meio da Livraria onde pudemos mostrar como rola nossa atividade com as crianças. O pessoal curtiu e ficamos radiantes por apresentar as aves do Pantanal na Ilha de Santa Catarina.
Registramos a presença de Charles Cesconetto, Marisa Prudêncio & Alexandre Moreira, Carlos Nascimento, Mauricy Cesar & esposa, Fernanda Muller & Fabricio Almeida, João Schambeck, Paulo Santos, Jesse Salgado, Lica & Sidney Soares, Maria Tereza Piacentini, Carmem Lúcia Gerlach & Djenifer, Prattes, Ludmila Pawloski, Michelle Pereira & Marina, Leonardo Rizzaro entre tantos visitantes ilustres.
Muito obrigado por apoiarem a Reserva Rio das Furnas.

29 junho 2012

Banquete na Floresta


Stephanoxis lalandi | Beija-flor-de-topete | Plovercrest | photo Renato Rizzaro



Dia nublado e muito frio, caminhamos pela trilha à beira do Rio das Furnas e um fantástico zumbido em torno de uma Bracaatinga chama atenção: um banquete na Floresta!
Época de poucas flores, o excremento dos pulgões é a salvação para insetos e beija-flores que chegam a montar guarda ao lado de “sua” árvore, enxotando os invasores.
Pulgões sugam a fina casca da árvore e eliminam o xarope doce por um tubinho através da “fumagina”, acumulação de fungos adubada pela excreção dos próprios pulgões. Esse xarope é a seiva açucarada dos vegetais que passa pelo corpo desses insetos, absorvida em maior quantidade do que podem assimilar.

Vaca de formiga
Por um processo de toque, semelhante à ordenha, algumas formigas também obtêm dos pulgões a valiosa substância. Alimento principal de muitas delas, tendem a proteger suas “vacas” tão conscienciosamente como faz qualquer povo pastoril.

Árvore da vida
Quando as flores disponíveis para a coleta de néctar tornam-se raras, entre maio e setembro, o “mel da casca” é a sobrevivência das colméias catarinenses.
De sabor pouco doce, com uma concentração de minerais em média cinco vezes maior do que a do mel comum, este mel produzido a partir da excreção dos pulgões da Bracaatinga (Mimosa scabrella) também é conhecido como wald honig (mel da floresta) pelos alemães.
Pode ser consumido por diabéticos, pois possui baixo teor de açucares; excelente para prevenir gripes; sessenta toneladas deste valioso mel vão para a Europa todos os anos e, mesmo com todas essas vantagens, ainda tem gente derrubando, queimando e transformando floresta em pasto e plantação de pinus.
Um delicioso banquete que poderia durar toda vida.

Fontes  Helmut Sick, Eurico Santos

30 maio 2012

Sem Pinheiro não tem Grimpeiro


Furnariidae - Leptasthenura setaria - Grimpeiro  - Araucaria Tit-Spinetail 

Você já deve ter visto alguém atravessar, num salto, um circulo de facas montado em um pedestal e certamente nunca esquecerá aquela bela bailarina em espacate. Junte os dois e movimente em 78 rpm e poderá ter uma breve ideia do “ninja” acima.

Fotografar esse bichinho não é mole, porque além do frenesi, frequenta as copas do famoso Pinheiro-do-paraná, gigante secular de 10 a 35 metros que pode atingir até 50, caso não tenha sido transformado em fósforo, papel, mastro de navio ou violão.

É um caso raríssimo de dependência fauna/flora e está ameaçado de extinção tal qual a Floresta Ombrófila Mista (ou de Araucária), segundo estudo encomendado há dez anos pelo Ministério do Meio Ambiente.
Ave-símbolo de Curitiba é pouco estudado, justamente pela dificuldade de ser acompanhado. Sabe-se, por exemplo, que constrói seu ninho usando as folhas secas do Pinheiro, popularmente conhecidas como grimpas, de onde o povo tirou o seu nome. 

Alimenta-se de larvas e insetos que furunca habilmente entre essas grimpas e pode até colaborar com a polinização da árvore da qual ganha proteção, pois são raros os bichos que se atrevem a encostar nas suas folhas duras e espetantes.

O primeiro sinal de que tem Grimpeiro por perto é a sua voz, uma sequencia de ti-ti-ti-ti-ti estridentes; depois vem o movimento entre os galhos e então a aparição quase sempre no contra luz. 

A foto foi tirada a uns três metros do chão, pois o felizardo, no caso o fotógrafo, plantou a Araucária bem pertinho de casa, na Reserva Rio das Furnas, há uns seis anos. Plantar é fácil: enfie um pinhão na terra, desde que esteja próximo ao friozinho da Serra, e espere que o bichinho vem cuidar dela pra você. Confie. 

05 maio 2012

Irara em chamas



O casal de iraras na reaproximação mais suave que já presencieamos

Um barulho forte, de galho quebrando, de um princípio de incêndio, diferente de tudo aquilo que a gente ouve por aqui ecoou pela furna. 
Olhares atentos na direção de um grande cedro no alto da escarpa, perto de casa. Um animal escalara num átimo o que os olhos quase não seguiram. Fomos correndo aos binóculos, câmera, teleobjetiva com duplicador, tripé. 
Armamos em segundos o tal circo voyeur, enquanto a ponta do cedro... balançava... Uma irara dependurada no mais alto galho, quase despencava, fugindo de sua companheira? Uma fêmea em êxtase, mostrava os dentes ao mais tênue movimento acima? Uma cena séria demais para uma aproximação, pensava o equilibrista na ponta do galho. 
Tempo de esperar a fúria desvanecer... 
Tudo estava ficando meio sem jeito naquele galhinho que ameaçava quebrar; a queda, um desastre. Seria momento de arriscar a volta, mesmo que a fêmea eriçasse a descida? Aguardou até ver que ela se esfregava nos galhos, suave... fechando os olhinhos... soltando as patas e relaxando, enfim. 
Sutilmente, ele inicia a descida e se aproxima da fera, lenta, adormecida. Uma hora inteira de enleios, observamos ele apalpar entre galhos e folhas, até ela deixar-se tocar pela cauda, de olhos e boca entreabertos... O fogo, agora, enredava suspiros e, entrelaçados, escorregaram mais uma vez para o fundo da floresta úmida e cheirosa. Uma cena rara o namoro das iraras. 
Assim, com tanta doçura ao final, só poderia ser a Comedora de mel dos tupis ou a Tayra barbara (Eyra barbara) dos cientistas: quase uma doce ilusão. Não é fácil ver esse mustelídeo, porque está difícil manter árvore e floresta, coisas que eles adoram e precisam. 
Veja só: se aparecer no galinheiro, por exemplo, é morte certa, coitadinha. 
O humano está eliminando sua única chance de viver livre em seu habitat e quando ela descobre quão esperto ele é por prender a comida, abrem fogo sobre ela. Se não matam diretamente, eliminam a floresta, o que, afinal, dá no mesmo. E, sem floresta dá de amar?

02 maio 2012

Ritual de pica-pau


Picumnus temminckii  - Pica-pau-anão-de-coleira - photo Renato Rizzaro

O News que enviamos em julho de 2008 - Duelo caprichoso - descrevia o duelo caprichoso entre dois Pica-paus-dourados. Helmut Sick, nosso guia, descreveu esse ritual somente para o Pica-pau-anão-barrado, espécie que não ocorre em Santa Catarina. Aqui está o ritual dos anões-de-coleira. 
Os dourados eram lentos, minuciosos nos movimentos; os anões são lépidos, procuram a sombra das alturas e  sua coreografia é silenciosa. Enquanto os machos desenvolvem o ritual, as fêmeas ora acompanham de perto, quase envolvendo-se na dança, ora afastam-se, charmosas. O dueto as vezes se aquieta; um vasculha galhinhos, pica, faz rodeios; o outro observa, segue. De repente juntam-se e o duelo continua, intenso. 
Circularam num raio de 50 metros, de árvore em árvore, acompanhados pelas fêmeas e pelo fotógrafo. Mansos, não somem quando perseguidos, até posam para a chapa, creia!
Sick nos ensina que os pica-paus-anões estão entre os mais energéticos batedores e têm pés relativamente gigantescos. Forrageiam sobretudo nas pontas dos galhos, ramos e cipós finos e geralmente secos à procura de formigas, um nicho ecológico livre. 
Dormem sempre em ocos, onde se abrigam da chuva pesada. Começam tarde suas atividades, não sendo madrugadores.
O mestre Sick continua: o reflorestamento com pinus e eucaliptos não favorece a existência de pica-paus o mesmo acontecendo com capoeiras nativas, nas quais faltam árvores maiores para a instalação de seus ninhos. 
Os pica-paus são bastante sensíveis aos inseticidas. A existência de pica-paus pode até servir como indicador de que a respectiva biocenose (do grego bios, vida, e koinos, comum, público) continua intacta.


Vítor Piacentini, em resposta ao nosso News, acrescentou:

Curiosidade: biocenose é por vezes "traduzida" como assembléia de espécies, e pode ser entendida como o conjunto de espécies que habita determinado lugar. Há inclusive variantes, como anurocenose, fazendo clara referência - neste caso - não à todas as espécies do local, mas somente às de sapos, rãs e pererecas. Mesmo ornitocenose existe, embora pouquíssimo utilizado.




30 março 2012

Escuta o Passarinho!





De olhos bem fechados os alunos da Escola de Picadas prestavam muita atenção aos 13 cantos. Depois de algumas dicas adivinhavam a qual das aves pertencia aquela voz. O minúsculo auto-falante pedia silêncio, tal qual na floresta.

As fotos circulavam a vontade e os assuntos brotavam. Quando a Saracura cantou, por exemplo, foram unânimes: aí vem chuva! Daí, para comparar a ave com um barômetro foi um pulo; conecta-la com a umidade, a casinha-do-tempo (lembra?), banhados, lagoas e rios. Cada um teve o seu tempo.

Onomatopéia fez sucesso no Corocochó. Falou-se da forma do bico do Patinho, do rabo do Arapaçu, da mimetização da Feiticeira, do voo a jato do Martim-pescador, da sensibilidade dos fotófobos e da necessidade de se escutar o mato crescer. Escuta!

26 março 2012

Mais um presente do Projeto Piava

Mudas do Projeto Piava dão frutos saborosos. Photo Renato Rizzaro

A Feijoa (Feijoa sellowiana) é uma árvore de pequenas dimensões, de 1 a 7 metros de altura, originária das terras altas do sul do Brasil, Colombia, Uruguai e norte da Argentina.

O fruto parece uma goiaba de casca dura e verde, que não fica amarela quando "madura". Sua flor é de dar inveja a maracujá, creia! E a árvore é belíssima, cultivada como planta ornamental.

Cortada ao meio, a Goiaba-do-mato, também conhecida como Goiaba-serrana exala um aroma inebriante misto de limão, kiwi, morango e abacaxi.

Um dia, quando a internet evoluir, poderemos postar aromas e repartir este prazer.

Para saber mais, clique aqui e aqui


Fruto do Projeto Piava


A Reserva participou do Projeto Piava e recebeu milhares de mudas para incrementar a sua floresta nativa, entre elas, o Araçá-roxo (Myrtacea - Psidium Myrtoides), uma delicia!

Cigarra - Fulgorideo - Phenax variegata


Este é um membro da família Fulgoridae (Mosca-lanterna ou Besouro de amendoim), esta espécie é Phenax variegata. Não é fungo, mas a cera é produzida pelo próprio inseto e acredita-se ser utilizada para cobrir os ovos e protegendo-os de infecções (bactérias, etc). E, provavelmente, também produziu, em parte, para se livrar do excesso de açúcares que recebem de sugar o suco da planta.

O gênero mais conhecido Neotropical da família é o bug de amendoim (Fulgora sp.), Mais conhecido no Brasil como: Jitiranaboia (Brasil) ou como Machaca ou Vivora cuca (língua espanhola). (fonte: www.flickr.com/photos/mario_martins/3911227184/)

22 março 2012

Tom Butts filma a Reserva


Uma bela recordação do autêntico batman Tom Butts (pesquisador de morcegos nos EUA) em visita a Reserva, janeiro de 2005.
Passamos bons momentos juntos tomando banho de rio e aprendendo a falar e até sonhar em Inglês. Na época ele nos presenteou com um Guia de Aves e um binóculo que até hoje andam conosco pra tudo quanto é lado!
Nesta mesma época recebemos o novo equipamento fotográfico e esta foi uma das primeiras fotos com a nova canon EOS 20D e a lente 100mm 2.8.
A Reserva começava a ser fotografada de tudo quanto é jeito. Até então era tudo na base de slide com a Canon EOS RT, alguém lembra disso?
É um dos fundadores da Ecovila Cunha, com nossos amigos Zaida e Denis.

07 março 2012

Ponte de Formiga

Detalhe da ponte formada unicamente de formigas - Photo Renato Rizzaro
Fiquei absolutamente surpreso ao reparar que as formigas atravessavam o rio das furnas por um pequeno local onde sempre construimos uma passagem com pedras, pois a correnteza é muito forte e carrega as pedras que pacientemente arrumamos a cada chuva.

A surpresa maior foi verificar que em certos trechos onde não havia como atravessar pelo rio, as formigas construiam pontes de formigas, quer dizer, utilizando seus próprios corpos, segurando-se umas às outras para que a travessia não fosse interrompida.

Claro, fui até em casa, peguei tripé e voltei o mais rápido possível e fiz algumas fotos e filmes, porém as formigas já estavam no final e acabaram por desmanchar as pontes e finalizaram a travessia. De casa até o local demorou pra chegar... Se eu estivesse equipado na hora, mas eu estava apenas preparado para fotografar aves e outros animais, com uma lente 100/400mm e sem tripé. Quem sabe consigo ver outra ponte e aí, fazer imagens melhores. Mas já valeu o registro.

Formigas

As formigas estão incluídas em uma única família (Formicidae), sendo que existiam 12.351 espécies descritas, distribuídas por todas as regiões do planeta, exceto nas regiões polares. De acordo com Ted R. Schultz, em "In search of ant ancestors", as formigas são indiscutivelmente o gênero animal de maior sucesso na história terrestre constituindo 15 à 20% de toda a biomassa terrestre. 

Acredita-se que o surgimento das formigas na Terra deu-se durante o período Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos) e pensa-se que elas evoluíram a partir de vespas que tinham aparecido durante o período Jurássico.

Para saber mais: Dom Escobar e Antweb
 
Pontes feitas com as próprias formigas que atravessam o rio das Furnas

Leopardus tigrinus fotografado na Reserva

Felidae - Leopardus tigrinus  Gato-do-mato-pequeno  Oncilla  - Photo  Renato Rizzaro

Alguma coisa me puxou para debaixo do Tarumã. Subi a trilha calmamente e fiquei por ali, um bom tempo, a observar o pouco movimento da tardinha. De repente um vulto cruza a trilha a três passos dali. Felino!!! Ah, sim, a câmera estava engatilhada e tirei a primeira chapa que pegou um movimento, pedaço da traseira, rabicho. O pequeno percebeu o estranho e meteu-se na floresta, absoluto.

Ai, lá se foi, pensei. Mas não, estava tão curioso para saber de onde partira aquele clic, quanto eu para saber de quem seria o esgueiro. Então, apareceu o brilho nos olhos! Nem deu tempo de acertar ISO, velocidade e o tal do foco que esbarrou em galhos, desviou de folhas, atravessou troncos e parou em Cheshire.
O meu gato nem deixou pista; importa o caminho?

É o menor felino do Brasil com 60 a 85cm e 1,5 a 3,5kg. Patas pequenas, proporcionais ao tamanho do corpo. Vulnerável na Lista Vermelha da IUCN pelo comércio de peles, abate, supressão de ambiente e atropelamentos, além do que tem baixo sucesso reprodutivo, raramente observado e pouco estudado.

Aparentemente é comum em remanescentes florestais do Sul do Brasil, podendo transitar com relativa frequencia em áreas de reflorestamento com espécies exóticas, plantios e áreas afetadas pelo desmatamento e pelo fogo.

Noturno e solitário, alimenta-se de roedores, marsupiais, aves e répteis. Ocorre na Argentina, Bolivia, Brasil, Colombia, Costa Rica, Equador, Guianas, Panama, Paraguay, Peru, Suriname e Venezuela.

Fontes:  Plano de Manejo da Reserva Rio das Furnas -  HMW-Lynx Edytions

29 fevereiro 2012

Knipolegus cyanirostris / Maria-preta-de-bico-azulado


Tyrannidae é a maior família do hemisfério ocidental ao qual é confinada. Rivalizam, nesta parte da Terra, com os papa-moscas do Velho Mundo (Muscicapidae, Oscines), com semelhante número de espécies. Estão entre os grupos mais diversificados de aves do mundo e são, no Brasil, os pássaros que mais se vêem e se ouvem. Constituem mais de 18% das espécies de Passeriformes da América do Sul. Distribuídos do Alasca até a Terra do Fogo, num total de 413 espécies têm a sua maior concentração na região tropical.

A fêmea acima foi fofografada na Reserva Rio das Furnas em fevereiro de 2012, elevando a lista de aves da Reserva para 236 espécies.

O macho de K. cyanirostris é totalmente negro com bico claro acinzentado. Tem um fino "it" como voz e a cerimônia é muito interessante, pois o macho, totalmente em silêncio, desliza, de asas levantadas, em frente à fêmea.
Caça insetos!
É migratório (Espirito Santo, Rio de Janeiro). Ocorre do Espírito Santo e Minas ao Rio Grande do Sul e Mato Grosso, Argentina, Paraguai e Uruguay, nonorte em regiões serranas.

Fonte: Helmut Sick

06 fevereiro 2012

Estagiários do IFC na Reserva

Chegada na divisa da Reserva, após 3km de caminhada

A professora/orientadora do Instituto Federal Catarinense - Câmpus Rio do Sul, Maria Amélia Pellizzetti, queria um estágio diferente para seus alunos e sugeriu que fosse numa área preservada.
Amélia conheceu a Reserva em 2006, através do Projeto Piava. Na época, fazia parte da equipe que nos orientou na recomposição de áreas degradadas pelo uso intensivo do solo por pastoreio e coivaras para milho e cebola.

Dionatan prepara uma exsicata
Depois de uma visita prévia, em dezembro, para ver se topariam ficar algumas semanas longe da civilização, iniciaram suas tarefas no primeiro dia de 2012 guiados pelo Plano de Manejo fornecido pela SPVS.
Começamos pelo controle das plantas exóticas/invasoras e manutenção da estrada de acesso à Reserva.
Mudas do Piava na beira das trilhas foram coroadas e algumas coletadas para exsicatas que serão identificadas e catalogadas por Dionatan Gerber, um dos estagiários. Charles Costa Coelho, bom observador, identificou várias aves e mostrou-se interessado pela ornitologia. Pode vir a ser um excelente guia!

Charles numa saída de campo verifica o cedro atacado pelo bicho-serrador


Foi uma vivência saudável.Trabalhamos mutuamente no nivelamento e construção de degraus nas trilhas; poda de árvores; coleta de sementes; transplante e compostagem.
Procuramos passar o que aprendemos em onze anos de Reserva, principalmente o compromisso com a preservação da Natureza.


A dupla participou da confecção de escadas, nivelamento e limpeza de trilhas

Amélia confeccionará, com seus dois alunos, duas maquetes do canyon da Reserva que farão parte do estágio e serão utilizadas para Educação Ambiental em Picadas, Alfredo Wagner e no Instituto onde leciona.
Charles e Dionatan gostaram de estagiar na Reserva, revelam recentes emails.
Que venham outros!

28 janeiro 2012

Todo ano ele tenta...


O Tucano-de-bico-verde (Ramphastus dicolorus) acima, todo ano furunca um ninho abandonado construido por um João-de-barro.
Lá no início da Reserva Rio das Furnas, em 2001, o João-de-barro (Furnarius rufus) encontrava farto material para retocar seu ninho a cada ano e só abandonou quando a vegetação tomou conta dos pastos ao redor da nossa e de sua casa também.
Então, apareceram vários candidatos ao ninho, entre arapaçus, andorinhas e trepadorzinhos-quietes. Finalmente, quem ficou com a casa foi o Bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus) e a cada ano tem nela uma nova família, ou tenta pelo menos...
O Tucano é um assíduo frequentador desta toca e não deixa barato, se tem ovo, engole. Mas não é assim, fácil, não. Tem briga. O casal de rajados está sempre atento e sai em cima do Tucano toda vez que aparece. É uma constante luta para a sobrevivência.
Mas o nosso tucano, sabemos, só vai atrás de carne quando é pequenino, pois depois de grande é frugívoro e granívoro, alimentando-se, como tantos outros, das sementes da Capororoca (Rapanea sp), do Chal-chal (Allophyllus edulis) e tantas outras disponíveis na Reserva.
Silencioso e solitário, vasculhou o cedro e saiu de mansinho. Vi por acaso, numa manhã tranquila de dezembro/2011.

Photo Renato Rizzaro

24 janeiro 2012


Você sabe o que é uma janela cega. Pois então, todas as janelas da casa da Reserva eram assim, cegas, sem vidro, ou fecha e fica escuro ou abre e entra luz, chuva, vento...
Oito das dez foram substituidas por janelas com postigos, com ventilação e vidro, mas duas estão ainda lá, bem na frente da casinha, na sala. Isso para mostrar para os visitantes como eram as originas, pregadas, sem parafuso coisa nenhuma, era tudo na base do martelo.
Estavam quase todas em péssimas condições, atacadas por brocas e principalmente pela ação do tempo, detonadas mesmo, mas duas delas viraram baú, este aí de cima. Ficaram pra contar história.
Dentro tem lenha, a pouca que a gente consegue agora, depois que a SPVS nos orientou a não tirar o alimento da terra em forma de galhos que recolhíamos na beira das trilhas. E tem resultado nisso, sim! As plantas agradecem e depois, a gente tem um plátano muito gentil que nos fornece lenha para o inverno, com seus galhos caindo de vez em quando ou secando e cortando. Tem mais exóticas para cortar, sim.
Enquanto isso o baú vai enchendo de histórias, vazio de lenha qualquer. De vez em quando também tem poda no pessegueiro, na laranjeira, no limoeiro e vai tudo pro baú.
Teve também o tempo em que fomos reformar a casa, esse já andei contando por aqui, carece de mais palavra não, mas o baú, sim. As janelas viraram lenha, assim como muita madeira da casa, menos aquelas muito podres, ritual noturno até que apareceram os pirilampos, puxa vida: pensaram fosse luz e houve uma tristeza enorme aquela noite, porque voavam contra o fogo. Apagamos a ideia de fogueira rapidinho. Queimar coisa, só de dia. No baú, pode sentar.

13 janeiro 2012

Aracuã eleva lista de aves da Reserva para 235


Nestes onze anos de Reserva ainda não havíamos registrado a presença do Aracuã. Neste final de ano ouvimos a sua vocalização durante vários dias, próxima de casa, nos finais de tarde, provalvelmente vinda  do local escolhido para dormitório.

Sua vocalização é um cacarejar altamente rítmico, ventríloquo e de duríssimo timbre; só com muita atenção percebe-se tratar do dueto de um casal; tem a traquéia dobrada, como o Jacú.
Pertence a família Cracidae, assim como Mutuns, Jacus e Jacutingas. Alimenta-se de frutas, folhas, brotos e gosta de comer flores de árvores. Caça moluscos, gafanhotos, pererecas e outros animalejos. Procura barreiros para engolir terra salobra. No seu estômago sempre se acham pedrinhas.


O abrir e fechar impetuoso da cauda é sinal de excitação; tem o tique de sacudir a cabeça. Gosta de banhar-se de poeira e de sol. Dorme sempre no mesmo ponto.


O macho dá comida a sua fêmea, virando e abaixando a cabeça gentilmente, como os pais alimentam os filhos. Seu ninho é construido em cipoais, às vezes no alto das árvores ou em ramos sobre a água ou caídos; aproveita-se de ninhos de outras aves. Monógamo, tende a nidificar em grupo.


Família ameaçada pela caça ilegal e destruição das florestas tropicais, seja bem-vinda ao aconchego da Reserva Rio das Furnas!



Familia: Cracidae
Ortalis guttata
Fonte: Helmut Sick - Ornitologia Brasileira/2001
Photo Renato Rizzaro